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Avanço ou Retrocesso? O Colapso da Linha de Ônibus em Candeias e região

Este artigo reflete minha experiência pessoal. Como cidadã e estudante em formação de jornalismo, exerço meu direito à liberdade de expressão, conforme o artigo 5º, inciso IV da Constituição, e à liberdade de imprensa, garantida pela Lei nº 13.188/2015. Uso a mídia para defender a verdade e o interesse público.
Por: Gabrielly Marqueton
 Ontem, dia 14 de outubro, a população de Candeias viveu mais um capítulo de um pesadelo cotidiano que parece não ter fim. A empresa Avanço, linha de ônibus que “avançou” de São Paulo para a Bahia, tem se mostrado um desastre.
O que deveria ser uma solução de transporte público se transformou em um problema crônico, ameaçando a segurança e a dignidade de quem depende desses veículos sucateados para chegar ao destino.
 Por volta das 18h30, o ônibus que deveria seguir pontualmente de Salvador para Candeias já começou sua jornada de desrespeito com um atraso previsível. O horário? Esse é apenas um detalhe para a Avanço, que tem tratado os compromissos com a pontualidade e segurança como se fossem conceitos irrelevantes.
E o pior ainda estava por vir. Quando o coletivo chegou próximo a Simões Filho, para surpresa de absolutamente ninguém que já utilizou esse serviço, o ônibus quebrou.
Mais uma vez, os passageiros foram forçados a trocar de veículo. E que veículo! O “novo” ônibus, que deveria ser uma solução temporária, era, na verdade, mais um pedaço de ferro caindo aos pedaços: com o farol quebrado. Sim, um ônibus com farol quebrado circulando em plena BR, à noite, colocando dezenas de vidas em risco.
 O perigo não demorou a se materializar. Na BR-324, uma carreta quase colidiu violentamente com o ônibus, que, invisível no escuro, escapou de uma tragédia por um milagre. Sim, por um milagre. Não por causa da Avanço, que não cumpre o básico da manutenção de seus veículos, mas porque o motorista, em um golpe de sorte, conseguiu desviar a tempo.
 Diante desse cenário aterrorizante, o ônibus parou na estrada da Caroba próximo ao Posto da Petrobrás para aguardar que um outro ônibus passasse e os passageiros se deslocassem. Os passageiros, com razão, perderam a paciência. E quem não perderia? Pessoas que trabalham o dia todo, muitas delas retornando para casa após uma longa jornada, sendo obrigadas a enfrentar essa humilhação.
Começaram as reclamações, as críticas ácidas contra a empresa, e frases como “deveriam queimar a garagem da Avanço” foram ouvidas entre os passageiros. Exagero? Difícil dizer, quando todos os dias a população de Candeias e de outras cidades que dependem da Avanço, é desrespeitada e colocada em risco por uma empresa incompetente. Outros passageiros, em meio à revolta, perguntavam: “Até quando isso vai continuar?”.
Uma pergunta que ressoa cada vez mais alto na cidade. Quantas panes? Quantos riscos de acidentes? Quantos ônibus quebrados? Quando é que a Prefeitura de Candeias e os responsáveis por essa calamidade vão agir? Será que estamos esperando uma tragédia, com mortos e feridos, para que algo seja feito? É preciso um ônibus quase colidir  com uma carreta em plena BR-324 para que essa linha falida seja substituída?
Após quase uma hora, um terceiro ônibus apareceu para buscar os passageiros.
Embaixo de chuva, eles desceram do veículo e subiram no novo, finalmente chegando ao destino. Um destino que deveria ser alcançado com segurança e dignidade, mas que, com a Avanço, se tornou um exercício diário de paciência e sorte.
A pergunta que fica é: até quando? Até quando a Avanço continuará a se safar da responsabilidade? Até quando a Prefeitura de Candeias e os órgãos responsáveis permitirão que essa situação continue? O transporte público não é um luxo, é um direito. Mas, com a Avanço, parece que estamos pedindo um favor. E um favor de péssima qualidade. Se as autoridades locais não agirem logo, o que aconteceu ontem será apenas mais uma tragédia evitada por pouco.

Mas e quando o milagre não acontecer? Vamos esperar para ver? A população  já deu seu veredito: basta.