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Ancine liberou captação de R$ 4 milhões para filme de João de Deus

A Ancine (Agência Nacional do Cinema) autorizou na 4ª feira (5.dez.2018) a captação de R$ 4.000.000 para a produção da cinebiografia do médium João Teixeira de Faria, o João de Deus.

A autorização foi publicada 2 dias antes de o programa “Conversa com Bial”, da TV Globo, mostrar 10 mulheres acusando o líder religioso de abusos sexuais, que teriam sido cometidos quando elas procuravam cura espiritual. Outros casos também foram revelados pelo jornal O Globo.

A autorização da Ancine foi publicada no Diário Oficial da União (íntegra). Com isso, a empresa Lynxfilm Produções Audiovisuais, autora do pedido, precisa encontrar patrocinadores que queriam contribuir com a realização do filme em troca de incentivos fiscais.

O texto foi aprovado por meio da Lei do Audiovisual, uma versão para o cinema da Lei Rouanet. Até o momento a obra não captou qualquer valor por meio da lei, mas pode fazê-lo até 31 de dezembro de 2019.

Segundo a sinopse publicada no site da Ancine, o filme pretende “narrar a trajetória de João desde sua infância e as primeiras manifestações mediúnicas. Recria também muitos episódios de sua vida, peregrinação até se instalar na pequena cidade de Abadiânia”.

Entenda o caso

Apadrinhado por Chico Xavier, João de Deus mantém o hospital espiritual Casa de Dom Inácio na desde 1976 na cidade de Abadiânia, a cerca de 90 km de Brasília (DF).

O médium é famoso por realizar “cirurgias espirituais”. Ele já atendeu milhares de pessoas, entre elas políticos, empresários poderosos e celebridades do Brasil e do mundo.

 

No entanto, segundo os relatos apresentados no “Conversa com Bial”,ele usufruía de seu poder para abusar sexualmente de mulheres.

Elas iam em sessões coletivas no centro espiritual. Quando João de Deus se interessava por alguma delas, ele fazia 1 convite para retornar e fazer 1 atendimento individual.

“Você, de certa forma, se sente especial e pensa: ‘Eu vou receber a cura. Uau! Finalmente isso está acontecendo’”, disse Zahira Lieneke Mous, a única que aceitou mostrar o rosto no programa. “Eu entrei no escritório dele e quem quer estivesse lá, desapareceu do escritório e fiquei sozinha com ele”, completou.

Segundo Zahira, ele se aproveitava dessa situação para cometer os crimes.

Outro lado

João de Deus nega as acusações de abuso sexual. Ao jornal O Globo, a assessoria disse que as acusações são “falsas e fantasiosas” e questiona o motivo pelo qual as vítimas não procuraram as autoridades.

Eis a nota enviada pela assessoria do médio ao “Conversa com Bial”:

“Há 44 anos, João de Deus atende milhares de pessoas em Abadiânia, praticando o bem por meio de tratamentos espirituais. Apesar de não ter sido informado dos detalhes da reportagem, ele rechaça veementemente qualquer prática imprópria em seus atendimentos”.