O senador Aécio Neves, do PSDB, anunciou que disputará uma vaga na Câmara dos Deputados nestas eleições. Em nota, o tucano afirmou que não tentará renovar seu mandato de senador, e não reeditará, assim, a disputa de 2014 com Dilma Rousseff, candidata a senadora por Minas.
Segundo o tucano, o objetivo é ampliar o apoio à candidatura do ex-governador tucano Antonio Anastasia, também senador. Segundo ele, “a gravidade da situação do nosso Estado exigirá uma bancada forte e unida na defesa dos interesses de Minas no Congresso e junto ao Governo Federal.”
Ele diz não ter sido uma decisão fácil. “Por um lado, porque todas as pesquisas realizadas até aqui apontam meu nome entre os mais bem avaliados na disputa para o Senado Por outro, porque estão vivas na minha memória as inúmeras manifestações de estímulo que tenho recebido de lideranças dos mais variados setores e de todas as regiões de Minas.”
Aécio disse que toma a decisão “com a responsabilidade daqueles que sempre colocaram os interesses de Minas acima de qualquer projeto pessoal.” Ele se disse vítima de “ataques violentos e covardes”. “Diariamente as falsas versões engolem os fatos. Mas apesar de todas as injustiças, estou seguro de que, ao final, a verdade prevalecerá e com ela restará provada a correção de todos os meus atos.”
Delação da JBS
Aécio foi um dos principais alvos da delação da JBS, que também atingiu Michel Temer. Ele foi gravado em conversas comprometedoras a pedir 2 milhões de reais a Joesley Batista, dono da JBS, dinheiro entregue a seu primo Frederico Pacheco, e a sugerir uma interferência na direção da Polícia Federal para barrar as investigações da Lava Jato.
Após a revelação da delação da JBS, Aécio foi denunciado por corrupção e obstrução à Justiça pelo então procurador-geral Rodrigo Janot. Pouco depois, o PGR pediu ainda a prisão do parlamentar. “O senador Aécio Neves também estava tecnicamente em estado de flagrância em relação aos crime de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa e embaraço a investigação criminal que envolve a organização criminosa”, afirmou Janot.
Dessa forma, o procurador-geral pedia para Aécio o mesmo tratamento dispensado ao ex-senador Delcídio do Amaral, preso em flagrante e alijado de seu mandato pelo Congresso na sequência.
O STF não concordou com o estado de flagrância de Aécio e negou a prisão. Em contrapartida, o ministro determinou o afastamento de Aécio de seu mandato parlamentar. A decisão foi revogada por Marco Aurélio Mello, que negou novo pedido de prisão do senador pela PGR. O plenário do Supremo decidiu em seguida que apenas o Congresso poderia afastar o parlamentar de seu mandato. O Senado então derrubou a medida por 44 votos a 26.
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