Prefeito do município de Amargosa e vice-presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Júlio Pinheiro (PT) defendeu a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma Tributária, que foi aprovada na Câmara Federal e agora segue para o Senado Federal. A declaração foi dada em entrevista exclusiva ao Jornal A Tarde, publicada nesta segunda-feira, 10. “A Reforma Tributária traz a possibilidade de você fazer uma melhor distribuição dos tributos, já que os recursos serão repassados com base onde o consumo ocorre”, disse Júlio.
A grande maioria dos nossos prefeitos, a UPB (União dos Municípios da Bahia) e a própria CNM (Confederação Nacional dos Municípios) consideram a reforma urgente e necessária. Por dois motivos. Primeiro pelo contribuinte. Porque a Reforma Tributária propõe simplificar e criar certa desoneração para o consumo. Pelo lado do cidadão tem também a simplificação. Já elo lado de quem arrecada, do Estado brasileiro, nós entendemos que ela vai possibilitar dois avanços muito importantes. O primeiro deles é a melhor partilhados recursos arrecadados. Falo aqui da partilha vertical, entre União, estados e municípios. Hoje você tem os recursos concentrados fortemente na União, depois no estado, e os municípios ficam com a menor parcela. De toda arrecadação nacional, só 9% fica com os municípios”, afirmou o prefeito.
Na entrevista, Júlio disse ainda a que a “reforma muda também a partilha horizontal”. “O que ocorre hoje? Você tem hoje municípios, e em algumas situações estados, que concentram a maior parte da arrecadação. E a Reforma Tributária traz a possibilidade de você fazer uma melhor distribuição, já que os recursos serão repassados com base onde o consumo ocorre. Hoje há uma concentração muito forte, porque o conceito do nosso sistema tributário é, em suma, arrecadar onde o bem ou serviço é produzido. Ou onde a empresa está sediada, como é ocaso do ISS de cartão de crédito. O ISS arrecadado no Brasil inteiro vai para poucas cidades. Pegue o caso de Barueri, no interior de São Paulo, que arrecada bilhões de reais. Só que o tributo tem que ser arrecadado onde a riqueza é produzida e o consumo acontece. O consumo é mais desconcentrado, enquanto a produção é mais concentrada”, explicou.
Ao defender a reforma, o prefeito de Amargosa afirmou que a principal fonte de renda dos municípios depende principalmente dos estados e do Governo Federal. “Inclusive a União e os estados, quando querem promover políticas de desonerações para alguns setores, os municípios não participam dessa decisão, mas sofrem com a queda da arrecadação. Parte da desoneração é retirada de repasses dos municípios. Se o bolo tributário é menor, repassa-se menos. O ISS muitas vezes é a principal receita, sobretudo para as capitais”.
Júlio disse ainda que é grande sua expectativa pela aprovação da PEC no Senado. “A minha expectativa é que o Senado aprove o texto que a Câmara já aprovou e que tenhamos a implementação da reforma para que o sistema tributário possa ser modernizado e, com isso, gerar mais justiça social e uma maior arrecadação por parte dos municípios – que é o ente federativo que presta serviço para população. Sem dúvida, é um tempo longo de transição entre o antigo e o novo sistema, mas foi dessa forma que foi possível ser aprovada no Congresso. Mas a gente espera que a reforma já comece nos primeiros anos para apresentar o resultado esperado”.
More Stories
Prefeito de Feira de Santana se reúne com Governo da Bahia para tratar do Programa Bahia pela Paz
Inauguração da fábrica da Dragão em Mata de São João reforça compromisso do Estado com o desenvolvimento e a geração de empregos
Prefeito de Salvador é sócio de investigado por corrupção.