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A direita em crise: entre manobras fracassadas e ausência de liderança

Em junho, a direita brasileira apostou alto. Sob a liderança de Antônio Rueda, Ciro Nogueira e ACM Neto, tentou-se criar um factoide contra o governo Lula, pressionando partidos a abandonarem a base aliada e até arriscando deixar ministros de fora, sob ameaça de expulsão de suas siglas. O movimento, embalado pela defesa da anistia e pela pressão por gastos públicos desenfreados, tinha como objetivo colocar o governo em xeque.

A jogada, no entanto, mostrou-se um erro de cálculo. A popularidade de Lula, em vez de cair, cresceu em setembro. A desorganização da direita ficou exposta e a tentativa de criar instabilidade acabou se voltando contra os próprios articuladores.

Fora do núcleo bolsonarista, o nome mais cotado para a sucessão era Tarcísio de Freitas. Mas o governador de São Paulo, que parecia em ascensão, sentiu-se desprestigiado, deu sinais de recuo e viu sua imagem política perder força rapidamente. Declarações dúbias e tropeços de articulação corroeram o capital político que acumulava há poucos meses.

Enquanto isso, os Bolsonaro — em especial Eduardo — seguem alimentando divisões internas e desgastando o campo conservador. O resultado é uma direita fragmentada, sem projeto, sem liderança consolidada e sem lastro político.

As manifestações do último domingo, ao barrar a chamada “PEC da Blindagem”, evidenciaram que o centro e a esquerda conseguiram se organizar e impor limites à agenda da direita. A proposta, que levava a marca de Rueda, Nogueira e Neto, foi rejeitada e representou mais uma derrota simbólica para o bloco conservador.

É inegável que a eleição de 2026 não será simples para o governo. Mas, hoje, a esquerda está mais consolidada em torno de Lula, que segue como figura hegemônica. A direita, ao contrário, vive de improvisos, tropeça nas próprias contradições e acumula derrotas a cada tentativa de manobra.