Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), divulgados pela Fundação Abrinq, revelam um cenário preocupante de violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil. Segundo o levantamento, a cada 60 minutos, sete novos casos são notificados no país, totalizando cerca de 156 alertas por dia em 2024.
A campanha “Pode Ser Abuso”, promovida pela própria Abrinq, reforça a gravidade da situação: “a violência sexual segue como grave ameaça à infância e adolescência”. O relatório destaca ainda que mais de 85% das vítimas são meninas com até 19 anos, mas chama atenção para o fato de que os meninos também são frequentemente afetados. Eles representam 14,7% das vítimas de violência sexual, 14,9% dos casos de assédio sexual e 12,7% dos estupros registrados.
Outro dado alarmante é o local onde essas agressões ocorrem. Em 2024, 66,5% dos casos ocorreram dentro do ambiente doméstico, ou seja, o lar — que deveria representar segurança — tem se mostrado o principal cenário dessas violações. As escolas e vias públicas também foram citadas como locais recorrentes das ocorrências.
A Fundação Abrinq alerta que os números revelam apenas os casos que chegam ao conhecimento das autoridades, o que indica a possibilidade de uma subnotificação ainda maior. A campanha “Pode Ser Abuso” busca justamente incentivar a denúncia, o acolhimento e a proteção das vítimas.
A instituição reforça a necessidade de políticas públicas mais eficazes, capacitação de profissionais da educação e saúde para identificação precoce de sinais de abuso, além de um sistema de justiça que garanta agilidade e proteção às vítimas. O combate à violência sexual exige ação conjunta da sociedade, das famílias e do poder público.
Se você suspeita de abuso ou violência contra uma criança ou adolescente, denuncie. Disque 100. O anonimato é garantido.



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