SÃO PAULO – A reprovação da gestão do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), saltou de 13%, em fevereiro, para 39%. Moradores da capital paulista avaliaram o trabalho do tucano como ruim ou péssimo, de acordo com a pesquisa Datafolha feita na última semana e divulgada nesta terça-feira, a um mês da nova administração completar um ano. Entre outubro e dezembro, a rejeição disparou 13 pontos — estava em 26%. O patamar agora é igual ao do petista Fernando Haddad no fim do seu primeiro ano de trabalho, em 2013.
Desde o começo de 2017, a aprovação de Doria despencou 15 pontos, de 44% para 29%. O prefeito mantém 29% de ótimo ou bom, enquanto 31% dizem considerar regular a gestão. Entre os 1.085 entrevistados, 1% não soube responder ao levantamento.
Apesar do programa “Cidade Linda”, lançado por Doria no primeiro dia de governo, quando o prefeito se vestiu de gari e madrugou na região central para comandar serviços de zeladoria, como tapa-buraco, recolhimento de lixo, poda de árvores e pintura de calçadas, é justamente nessa área que está concentrada boa parte das reclamações.
De acordo com o Datafolha, a taxa dos acham que o prefeito fez menos do que o esperado pela cidade chegou a 70%, ante 64% em outubro. Para 17%, Doria correspondeu às expectativas e 10% disseram que o tucano superou o que se esperava dele. Quando os entrevistados falaram sobre o próprio bairro, 83% afirmaram que Doria fez menos do que se esperava. Apenas 4% respoderam que foi acima do esperado.
VIAGENS, CANDIDATURA E FARINATA
As constantes viagens feitas pelo prefeito para fora da cidade, com declarações frequentes sobre uma possível candidatura à presidência da República, e o lançamento da polêmica farinata, composto alimentar que seria distribuído aos moradores de rua e para a rede pública de ensino, contribuíram para o desgaste do prefeito.
Em outubro, 49% dos moradores de São Paulo disseram ao Datafolha que as viagens de Doria pelo país traziam mais prejuízos do que benefícios à cidade, enquanto 35% aprovavam a iniciativa. Com a imagem arranhada e a relação com Geraldo Alckmin estremecida, o prefeito recuou e mudou o discurso de presidenciável, posto também cobiçado pelo governador de São Paulo e padrinho político do prefeito paulistano.
Já a chamada farinata serviu como polêmica, mas não chegou aos pratos de moradores carentes e alunos de escolas da prefeitura. O granulado, que seria produzido a partir de alimentos perto da data de vencimento, ficou pelo caminho um mês após o prefeito lançar a ideia. Em novembro, o tucano recuou:
— Dado a polêmica do fato, tomamos a decisão de encerrar completamente o programa — afirmou Doria.
O Globo
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