O peronismo de centro-esquerda consolidou neste domingo (7) sua posição na Província de Buenos Aires, vencendo 6 das 8 seções eleitorais, segundo apuração preliminar. A Fuerza Patria, liderada pelo governador Axel Kicillof, registrava 46,9% dos votos, enquanto o partido La Libertad Avanza, do presidente Javier Milei, somava 33,8%.
A vitória amplia a influência do peronismo-K — corrente ligada ao kirchnerismo e à ex-presidente Cristina Kirchner — e posiciona Kicillof como potencial candidato à Presidência em 2027. O resultado representa um revés significativo para Milei, que havia prometido eliminar o peronismo da política argentina.
Escândalo familiar e contexto eleitoral
A eleição ocorreu apenas duas semanas após a divulgação de um escândalo envolvendo a irmã de Milei, Karina, secretária-geral da Presidência, acusada em uma gravação de cobrar propinas de indústrias farmacêuticas para compras governamentais de medicamentos, junto do subsecretário de gestão institucional Eduardo “Lule” Menem. Ambos negam as acusações.
Mapa eleitoral e desempenho das seções
A Fuerza Patria venceu com ampla margem na Terceira Seção (quase 54% a 28%) e também na Primeira, com vantagem de mais de 10 pontos — regiões que concentram cerca de 10 milhões dos 14 milhões de eleitores habilitados (71%). O partido também levou a melhor na Segunda, Quarta e Oitava Seções, que inclui La Plata, a capital provincial.
Já a La Libertad Avanza obteve vitórias na Quinta Seção — onde o prefeito de Mar del Plata, Guillermo Montenegro, superou a kirchnerista Fernanda Raverta — e na Sexta, beneficiada pela incorporação de um enfraquecido PRO, antigo partido do ex-presidente Mauricio Macri.
Impacto para as eleições nacionais
De olho nas eleições nacionais de 26 de outubro, que renovarão metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado, o resultado obriga o governo de Milei a repensar sua estratégia. Com apenas 50 dias até o pleito, as opções são limitadas, já que alianças e listas eleitorais já foram oficializadas.
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