A recente proposta de Donald Trump, pré-candidato republicano à presidência dos EUA, de aplicar uma tarifa de 50% sobre todas as importações — o chamado “tarifaço” — reacendeu o debate sobre protecionismo, populismo econômico e os reflexos dessas medidas na economia global. Nos Estados Unidos, economistas alertam que a medida pode elevar os preços para os consumidores e prejudicar setores como o agronegócio e a indústria, que dependem da importação de insumos e exportação de produtos para outros países.
No Brasil, no entanto, a extrema-direita bolsonarista comemorou a proposta de Trump como se fosse uma conquista própria. A mesma militância que aplaude o protecionismo norte-americano é a que ataca iniciativas brasileiras voltadas à soberania nacional e à justiça fiscal. Em um claro paradoxo, esses setores seguem defendendo ferrenhamente os super-ricos brasileiros e combatendo medidas que buscam maior equilíbrio tributário — como a taxação de grandes fortunas, offshores e fundos exclusivos, proposta pelo governo Lula.
Um discurso contraditório
Na prática, a defesa do “tarifaço” por parte dos bolsonaristas se choca com os interesses nacionais. O agronegócio brasileiro, que é uma das bases de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, tende a ser um dos setores mais afetados por medidas protecionistas no mercado internacional, especialmente se houver retaliações.
Além disso, o apoio irrestrito aos super-ricos e a resistência à taxação de grandes fortunas contrastam com a realidade da maioria da população, que enfrenta os impactos da desigualdade social e da concentração de renda.
A pergunta que fica é: vale piorar o país para defender ideologias e líderes estrangeiros? Ou é melhor apoiar medidas que fortalecem a economia nacional e reduzem desigualdades?
Desempenho da economia brasileira sob Lula
Enquanto o discurso da extrema-direita flerta com o caos e a contradição, o governo Lula apresenta resultados concretos. Dados recentes do IBGE e do Ministério da Fazenda mostram que:
O PIB brasileiro cresceu 2,9% em 2023, superando as projeções do mercado e colocando o Brasil entre os países que mais cresceram no G20. A taxa de desemprego caiu para 7,1% no primeiro trimestre de 2025, o menor índice para o período desde 2014. A inflação está sob controle, e o país tem registrado avanços na política de valorização do salário mínimo, retomada de programas sociais e investimentos em infraestrutura. A proposta de taxação dos super-ricos ganhou apoio popular e fortaleceu a imagem do governo junto à classe média e aos trabalhadores — que pagam proporcionalmente mais impostos do que os milionários, devido à estrutura regressiva do sistema tributário.
Conclusão
A incoerência da extrema-direita brasileira se torna evidente: defende medidas protecionistas dos EUA, mesmo que prejudiquem o Brasil, e protege os super-ricos enquanto combate ações do governo que beneficiam a maioria da população.
O momento exige responsabilidade política e compromisso com o país. O governo Lula, apesar dos desafios, apresenta uma agenda voltada ao crescimento sustentável, à geração de empregos e à redução das desigualdades — enquanto seus opositores parecem dispostos a torcer pelo fracasso do Brasil em nome de um projeto ideológico importado e incoerente.
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