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Martagão Gesteira corre risco de fechar  leitos de UTI por falta de acordo em reajuste de contrato

 

Após fechar dez leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em junho deste ano, o Hospital Martagão Gesteira corre o risco de ter que fechar outros dez. Isso porque, a empresa responsável pela UTI cardiológica do hospital filantrópico informou que encerrará o contrato de prestação de serviços no dia 11 de dezembro. Essa decisão é resultado de um impasse nas negociações para reajustar os contratos com o Governo do Estado.

 

Em nota, o hospital revelou que, especificamente para a cardiopediatria, que inclui cirurgias cardíacas e UTI cardiológica, está há 12 anos sem reajustes no credenciamento feito com a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab). Ainda segundo a unidade de saúde, está prevista a publicação de um novo credenciamento para a próxima semana e o hospital espera que os valores a serem pagos pela gestão estadual sejam atualizados.

 

“O Martagão continua empenhado na busca de soluções possíveis e perenes para evitar a interrupção de serviços, tão importantes para a população que mais necessita. Em razão de grandes esforços, os leitos de UTI ainda em funcionamento permanecerão abertos, com equipe própria. O risco existe para a continuidade da realização das cirurgias cardíacas”, informou a instituição.

 

A Sesab, por sua vez, informou, também em nota, que realizou pagamentos superiores a R$ 74,4 milhões ao Martagão, desde janeiro de 2023, para serviços como transplantes, cirurgias eletivas, leitos de retaguarda e UTI. A pasta também disse que reajustou em 25% o valor das diárias de UTI pediátrica e neonatal no mesmo ano.

 

“A Sesab permanece atenta e empenhada em fortalecer a rede de saúde pediátrica no estado, garantindo o acesso e a continuidade do cuidado a todas as crianças que necessitam. Casos que demandam cuidados intensivos ou cirurgias cardíacas pediátricas continuarão sendo acolhidos nas unidades estaduais de referência”, completou a nota.

 

Por ser um hospital filantrópico, todos os serviços ofertados à população pelo Hospital Martagão Gesteira são custeados por meio de contratos ou credenciamentos com as gestões públicas. Só em 2023, a unidade foi responsável por 68% das cirurgias oncológicas em pacientes de 0 a 14 anos, no estado. Foi responsável também por 43% dos tratamentos oncológicos, por 42% das cirurgias cardíacas e por 21% das cirurgias neurológicas. Em média, por ano, o Martagão realiza mais de 500 mil atendimentos em 27 especialidades médicas.

 

Jornal Correio