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Mudanças na transição de criança a pré-adolescente: como lidar com as transformações?

Especialista aponta desafios e dicas para pais e responsáveis durante essa fase de transição.
Por: Gabrielly Marqueton
Salvador, Bahia, Brasil.
17 de abril de 2024. 18:57h

Durante a transição da infância para a pré-adolescência, as crianças passam por diversas
mudanças físicas, emocionais e sociais que podem ser desafiadoras. É um período de grande
turbulência e descobertas, no qual os pequenos começam a se distanciar da fase infantil e a se
preparar para a adolescência.

Do ponto de vista físico, é comum que nessa faixa etária ocorram mudanças significativas no
corpo, como o aumento de estatura, o desenvolvimento de características sexuais secundárias
e o surgimento da acne.

Essas transformações podem causar desconforto e insegurança nas
crianças, que muitas vezes têm dificuldade em lidar com as alterações corporais.

Além disso, as mudanças emocionais também são bastante evidentes nesse período. As
crianças estão em constante busca de identidade e autonomia, o que pode resultar em conflitos
com os pais e demais adultos. É comum que elas experimentem diferentes emoções, como a
ansiedade, a irritabilidade e a tristeza, e tenham dificuldades em lidar com esses sentimentos.

Entrevistamos a Pedagoga Roberta Piancó e ela nos contou sobre as principais mudanças que
ocorrem na transição de criança para pré-adolescência e como a família e a escola podem
auxiliar nesse processo de adaptação.

(Roberta Piancó, Pedagoga).

“Nessa fase de transição, que ocorre em torno dos 10 aos 14 anos, a criança passa por
diversas mudanças entre físicas, hormonais, sociais e emocionais, nesse processo é natural
causar desconforto e estranhamente, não só na criança, como também, com a família, tudo é
novo e precisa de adaptação, aceitação pessoal e acomodação nas relações interpessoais.
Primeiro, a família precisa entender que a criança, ainda está na fase da infância, porém, em
outro momento, então permanecer dando atenção e cuidados necessários referente a
imaturidade, mas, ao mesmo tempo, respeitar os limites de autonomia, deixar que ela
desenvolva suas próprias atividades com responsabilidade que a idade permite. A escola
desempenha um papel fundamental em todo processo da infância, em se tratando dessa
transição, é primordial! O ambiente escolar precisa ser um lugar seguro e acolhedor, ir além
de uma educação sistematizada, de conteúdo programáticos, ser um lugar político de escuta e
diálogo respeitoso. Família e escola precisam caminhar juntos para alcançar os objetivos de
uma educação integral.” 

Roberta também falou sobre os métodos de incentivo aos estudos e em como varia de acordo
com cada instituição de ensino. 

“Os métodos de ensino- aprendizagem são variados, cada instituição adere sua própria
metodologia. Ao escolher a escola, a família precisa, ou seria ideal, conhecer o Projeto
Político Pedagógico que mais se adapta à sua criança e as suas expectativas. Na minha visão
a metodologia sociointeracionista e a Pedagogia de Projetos trazem resultados significativos
para aprendizagem, onde o conhecimento é construído a partir de vivências já existentes, a
criança é vista e respeitada como ser único e agente da sua própria aprendizagem, interagindo
com o meio em busca de trocas relevantes. As atividades desenvolvidas precisam fazer sentido,
os temas dos projetos precisam partir das indagações dos alunos e estão envolvidos em todo
o processo. Lembrando que o incentivo à leitura e escrita é premissa base desde a primeira
infância.”

A transição da infância para a pré-adolescência pode ser um período desafiador para as
crianças, à medida que enfrentam mudanças físicas, emocionais e sociais significativas. Alguns
dos principais fatores que podem atrapalhar esse processo incluem a pressão dos pares, a baixa
autoestima, a falta de habilidades sociais e a comunicação deficiente com os pais.

No entanto,
os pais e educadores desempenham um papel fundamental para ajudar as crianças a superarem
esses obstáculos, fornecendo apoio emocional, oferecendo orientação e incentivo, promovendo
a auto-aceitação e estimulando o diálogo aberto e honesto.

Através dessas ações, é possível
auxiliar as crianças a passarem por essa fase de transição de forma mais saudável e equilibrada

A Pedagoga deu dicas em como os pais e educadores devem lidar com essas mudanças

“Os fatores são inúmeros, mas gostaria de salientar o que vejo como principal, não se afastar
da criança, permanecer atentos (pais e escola) a todo comportamento do filho ou aluno, cada
criança vai passar por essa transição de maneira única, os responsáveis são fundamentais no
apoio, carinho, respeito e escuta, os combinados ainda serão necessários nessa fase, tratar
com firmeza e acolhimento. Isso também passa, o amor permanece.”

Nesse sentido, é importante que os adultos estejam atentos às necessidades e desafios que as
crianças enfrentam durante essa fase de transição. É fundamental oferecer apoio e orientação,
para que elas se sintam seguras e confiantes para lidar com as mudanças que estão ocorrendo.
Portanto, a transição da infância para a pré-adolescência é um período de intenso crescimento
e transformação, no qual as crianças precisam de apoio e compreensão para enfrentar os
desafios que surgem nesse caminho rumo à adolescência. É importante que os adultos estejam
presentes e dispostos a ajudá-las nesse processo de descoberta e autoconhecimento.