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Inclusão de crianças neuro divergentes: O que tem sido feito na prática?

Veja exemplos de locais públicos como escolas, cinemas, estádios e igrejas que estão prontos para abraçar a neurodiversidade.
Por: Giovanna Sther
Salvador, Bahia, Brasil.
18 de novembro de 2023. 20h:20

Neuro divergente é o indivíduo que desenvolveu ou nasceu com uma configuração
neurológica atípica – diferente daquilo que a sociedade considera o padrão. Eles vão
além dos autistas; enquadram-se na definição pessoas com dislexia, transtorno da
coordenação motora ou dispraxia, transtorno de déficit de atenção, déficit de
aprendizagem (que dificulta leitura e escrita) e até transtornos psicológicos, como o
transtorno dissociativo de identidade (TDI).

Como todo PCD, pessoas atípicas sofrem dificuldade de socialização desde a infância,
por serem “diferentes”. Graças a campanhas conscientizadoras e movimentos em prol
dos direitos dos neuro divergentes (como o Haja, Autismo em Dia), e políticas públicas
de inclusão desenvolvidas para pessoas portadoras de tais condições, locais de
públicos e sociais estão – aos poucos – adaptando seus espaços para que se torne um
lugar abrangente e confortável para crianças atípicas.

Em todas as esferas e âmbitos da sociedade, é possível abrir espaço para que crianças
atípicas agreguem e não sejam excluídas, afastadas, mas que façam parte juntamente
com todos os outros. Segue alguns exemplos de diferentes instituições em diferentes
nichos, que decidiram pôr em prática a inclusão.

 

Estádio Couto Pereira

O estádio localizado no Paraná, propriedade do time Coritiba Foot Ball Club, marcou um
golaço após iniciativa tomada em 2022: foi inaugurada uma sala de acomodação
sensorial. Um camarote destinado a receber pessoas que vivem no espectro autista,
pessoas hipersensíveis ao som/ruído e seus familiares. Assim, eles podem curtir a
emoção do futebol, mas sem a explosão sensorial que pode ser causada dentro de um
estádio.

(Foto: Reprodução da internet)

Igreja PIB do Brasil

A Primeira Igreja Batista do Brasil, localizada em Salvador, realizou na quinta-feira (2)
um debate acerca da importância da inclusão de famílias atípicas em ambientes
religiosos. Três mães de crianças com síndrome de down, autismo e TDAH
compartilharam suas experiências e ensinaram o que pode ser feito no processo de
acolhimento dessas crianças.

(Foto: Divulgação)

Museu Oscar Niemeyer

O museu localizado em Curitiba, inaugurou a SAS – Sala de Acomodação Sensorial,
um local que oferece atividades em libras e braile, além de ser projetada para que
pessoas neuro divergentes e suas famílias possam ficar confortáveis e ter uma
experiência agradável no museu.

(Foto: Reprodução da internet)

Colégio Miró

A escola na Barra em Salvador, iniciou um processo de aprimoração na educação para
crianças com TEA e síndrome de down, incluindo as crianças nas atividades com as
demais: “Precisamos entender qual é a condição da criança de fazer tarefas, como é a
interação dela com os iguais, com os adultos e com o espaço. Depois desenvolvemos
uma rotina específica para essa criança. Temos um programa diferente para cada uma”,
disse Maria Cândida, diretora pedagógica do colégio.

(Foto: Reprodução da internet)

Em conversa com a equipe do ´Vamos Descobrir?´, a professora de artes Anna Elisa
Igreja afirma: “Se a criança deficiente ou portadora de alguma síndrome não for incluída
e acolhida quando criança, esse processo será muito mais difícil quando ela for adulta.
A adaptação é uma pauta mais que urgente”. A inclusão e aceitação de crianças atípicas
em espaços de convivência social, é fundamental para o seu desenvolvimento enquanto
cidadãs, abre portas para o respeito, e para uma sociedade cada vez menos
preconceituosa e capacitista.