Israel atacou, na terça-feira (10), a única passagem para fora da Faixa de Gaza, em Rafah, que faz fronteira com o norte do Egito. O Brasil planejava usar a saída para retirar brasileiros da região, segundo o governo.
Os israelenses bloquearam as fronteiras com Gaza após o início de um conflito com o grupo Hamas no sábado (7). Segundo as autoridades, 2,3 mil pessoas já morreram nos ataques deferidos por ambos os lados.
De acordo com a AFP, entre segunda-feira (9) e terça-feira (10), Israel bombardeou a passagem pelo menos três vezes. Ainda não se sabe a proporção dos danos que os ataques causaram.
O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, disse na terça-feira que a escalada em Gaza era “altamente perigosa” e que o Egito estava pressionando com os parceiros regionais e internacionais por uma solução negociada para a violência.
Segundo ele, o país não permitirá que a questão seja resolvida “às custas de outros”. Esta foi uma aparente referência ao risco de que parte dos 2,3 milhões de residentes de Gaza tentem fugir para o Egito.
Há anos, a passagem de pessoas e bens é estritamente controlada sob um bloqueio a Gaza imposto pelo Egito e por Israel.
Na segunda-feira (9), cerca de 800 pessoas deixaram Gaza por Rafah e cerca de 500 pessoas entraram, embora a passagem estivesse fechada para a circulação de mercadorias, afirmou o escritório humanitário das Nações Unidas.
Retirada de brasileiros
O Egito está discutindo com os EUA e outros países o fornecimento de ajuda humanitária por meio da fronteira com a Faixa de Gaza. No entanto, as autoridades egípcias rejeitam a ideia de criar corredores seguros para passagem de refugiados, segundo informações apuradas pela Reuters.
O Brasil aguarda autorização do Egito para tentar repatriar 28 brasileiros que estão na Faixa de Gaza por meio do posto de Rafah, que fica na fronteira sul da região com o território egípcio. De acordo com o Itamaraty, toda a logística para o resgate já está pronta.
O plano do governo é conduzir os brasileiros para fora de Gaza por meio da fronteira com o Egito. O caminho levaria até a capital, Cairo, onde um avião estaria esperando os passageiros.
No entanto, segundo o embaixador brasileiro em Ramala, na Faixa de Gaza, Alessandro Candeas, o Egito está impondo dificuldades. O país receia que os brasileiros acabem se tornando refugiados em seu território.
“Provavelmente, essa é a dificuldade que eles [Egito] estão oferecendo, apresentando, para não responder ao nosso pedido de passagem”, afirmou o embaixador.
“Só que uma coisa é passagem. Os nossos brasileiros não vão se transformar em imigrantes, nem refugiados. Nós vamos passar com eles pela fronteira, levar um avião. O avião vai resgatá-los e vai tirar do Egito. Então, não. Essa preocupação deles [Egito] não procede”, continuou.
O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse na noite de terça-feira (10) que os EUA mantinham consultas com Israel e com o Egito sobre a ideia de uma passagem segura para civis de Gaza.
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