No Brasil, paciente que enfrentava câncer há 13 anos teve remissão completa, após um mês de tratamento com a terapia celular CAR-T no Sistema Único de Saúde (SUS). Por enquanto, o número de pessoas tratadas com a nova tecnologia é pequeno, mas existem planos de ampliar o acesso ao tratamento com custo estimado de 2,5 milhões de reais.
Bastante promissora contra o câncer, a terapia celular é desenvolvida em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), o Hemocentro de Ribeirão Preto e o Instituto Butantan. Para o segundo semestre deste ano, é esperado que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprove uma nova rodada de testes com o tratamento, que pode promover a remissão completa do câncer.
No caso mais recente de cura do câncer com a terapia CAR-T, o paciente recebeu alta médica no último domingo (28), após avaliação da equipe médica do Hospital das Clínicas, que é parte da USP, na cidade de São Paulo.
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Antes do momento tão aguardado, Paulo Peregrino, de 61 anos, esteve em tratamento contra um tipo de linfoma há 13 anos. Neste ano, os médicos chegaram a cogitar que recebesse cuidados paliativos, considerando que a cura era muito complexa. No entanto, as expectativas mudaram ao iniciar o tratamento CAR-T Cell, em abril.
No primeiro dia que recebeu a terapia, o paciente relata que teve febre e precisou ser internado para monitoramento, segundo o G1. No entanto, ele logo começaria a apresentar indicativos da efetividade da técnica. Com um mês de tratamento, Peregrino apresentou remissão completa do seu linfoma. Após o período de observação, já recebeu alta.
O que é terapia celular CAR-T?
Aqui, é importante explicar o que significa a expressão CAR-T Cell. Em português, CAR é traduzido por receptor quimérico de antígeno. Enquanto isso, o T Cell é uma referência ao linfócito T, ou seja, um tipo de célula do sistema imunológico que reconhece elementos estranhos ao corpo (antígenos) e gera anticorpos contra os invasores, incluindo tumores.
No caso da terapia celular, os médicos coletam os linfócitos T do paciente e levam estas células de defesa para serem editadas em laboratório. Através da edição genética, elas aprendem a reconhecer o câncer e são multiplicadas. No final do processo, o indivíduo recebe essas células treinadas para matar tumores, o que, aparentemente, tem sido extremamente eficaz e não afeta as partes saudáveis do corpo.
Por enquanto, os pesquisadores e médicos conseguem usar a estratégias no tratamento de três tipos de câncer:
- Leucemia linfoblástica B;
- Linfoma não Hodgkin de células B;
- Mieloma múltiplo — este último tipo ainda não foi tratado no Brasil.
Resultados preliminares da terapia no SUS
No momento, os médicos brasileiros envolvidos no SUS já trataram 14 pacientes com a terapia CAR-T. Embora o número seja pequeno, todos os indivíduos tratados apresentaram a remissão de pelo menos 60% dos tumores. Em média, o processo leva de um a dois meses.
Se a Anvisa aprovar o estudo clínico proposto, a partir de agosto, o tratamento inovador contra o câncer será disponibilizado para mais 75 pacientes. A expectativa de remissão completa é bastante alta, como já foi observado em outras ocasiões.
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