Luka Modrić, Mario Mandžukić, Ivan Rakitić, Ivan Perišić e Danijel Subašić. A terminação “ić” nos sobrenomes dos jogadores croatas tem chamado a atenção na Copa — 15 dos 23 convocados têm o sufixo registrado na camisa da seleção.
Professora de croata, Danijela Pavičić, ela própria com “ić”, explica o que pode soar curioso para os brasileiros: as duas letras juntas significam “filho de”.
Danijela, cujo nome se pronuncia “Daniela”, apenas com o “i” um pouco mais longo, nasceu na capital da Croácia, Zagreb. Aliás, a forma correta de se dizer o nome da cidade é “Zágreb”, e não “Zagréb”, como geralmente os brasileiros falam. No país finalista do Mundial, as sílabas tônicas costumam ser as primeiras. Mas, atenção: ela explica que o “ć” não é a letra “c” com acento, mas uma letra própria do alfabeto latino usada na Croácia.
Ao contrário da Sérvia, que utiliza o cirílico por se um país de maioria ortodoxa, os croatas usam o alfabeto latino por serem católicos. Nas línguas latinas, como o português e o espanhol, os acentos são apenas modificadores da entonação das vogais existentes. No croata, que é uma língua eslava, junto com uma consoante, formam uma letra independente dentro do alfabeto. A pronúncia correta do “ć”, em português, é “tch”.
Nascida na antiga Iugoslávia, que após sua desintegração deu origem a Bósnia e Herzegovina, Croácia, Macedônia, Eslovênia, Montenegro, Sérvia e Kosovo, país de independência com reconhecimento limitado desde 2008, Danijela começou a dar aula de croata para brasileiros em 1998. De acordo com ela, esse foi “o ano que os brasileiros descobriram o país”, já que a seleção então comandada por Miroslav Blažević conquistou o histórico terceiro lugar no Mundial.
Doutor em linguística e professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Vojislav Aleksandar Jovanović explica que a língua falada na Croácia é eslava, aliás, a mesma utilizada na Sérvia, na Bósnia e em Montenegro. Até a dissolução da antiga Iugoslávia, era simplesmente denominada servo-croata.
Após o esfacelamento, por questões políticas internas, croatas passaram a chamar a língua apenas de “croata”. Os bósnios chamam a língua de bósnio; em Montenegro, de montenegrino; e, na Sérvia, chamam-na de língua sérvia. Portanto, há um mesmo idioma com quatro nomes diferentes, em decorrência de problemas políticos e de nacionalismos.
A ESCALAÇÃO “IĆ“:
Dominik Livaković, Nikola Kalinić, Danijel Subašić, Ivan Strinić, Josip Pivarić, Ivan Rakitić, Mateo Kovačić, Luka Modrić, Marcelo Brozović, Filip Bradarić, Ivan Perišić, Andrej Kramarić, Nikola Kalinić, Mario Mandžukić, Ante Rebić e o técnico Zlatko Dalić.
O GLobo
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